A instrução pública e a atuação do estado nos primeiros anos da era republicana (1889-1895)
DOI:
https://doi.org/10.55905/oelv21n7-080Keywords:
imaginário da cultura escolar, estado-providência, primeira república, instrução públicaAbstract
O período da Primeira República foi marcado pelo desenvolvimento educacional vivenciado no país e no estado do Rio Grande Norte, de maneira que se faz imperativo entender como o Estado atuou no campo educacional entre os anos de 1889 e 1895. Assim sendo, objetiva-se pesquisar a atuação do Estado no desenvolvimento do ensino nos anos iniciais da República, a partir das representações do imaginário da cultura escolar potiguar presentes nas Mensagens anuais da administração pública. Para operacionalizar esta pesquisa, foi construído o conceito de imaginário da cultura escolar a partir da junção dos conceitos de imaginário (Castoriadis, 1982; Le Goff, 1980,1990,1996, 2007, 2013; Pantlagean, 1990; Baczo, 1985) e de cultura escolar (Dominique Julia, 2001). A união destes dois conceitos possibilitou o estudo do imaginário presente no âmbito dos discursos, sob a influência decisiva do Estado-Providência (Bosi, 1992). Nos primeiros anos observou-se uma significativa instabilidade política, contudo, pode-se afirmar que em todas as mensagens proferidas pelo governo, a preocupação com a instrução pública foi uma constante. Quando o primeiro governador foi eleito, no ano de 1892, foi realizada a primeira reforma da instrução pública potiguar. Por fim, é importante perceber que a atuação do Estado na instrução pública durante o período estudado se deu, principalmente, no campo das ideias. As iniciativas tomadas não foram muito eficientes na prática, já que a situação do ensino pouco mudou, no entanto, revelam as “nobres aspirações” citadas por Pinto de Abreu, que inspiraram as futuras administrações e construíram o imaginário da cultura escolar no Rio Grande do Norte.
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