Métodos não farmacológicos para o manejo da dor no parto natural

Authors

  • Isabela de Sá Serafim
  • Daniela Gomes Reis Ramos
  • Andressa Batista Silva
  • Nayara Gonçalves de Aguiar
  • Isabella Sousa de Faria
  • Eleny Rosa Guimarães
  • Vanessa Baliego de Andrade Barbosa
  • Francine Gimenez Jorente

DOI:

https://doi.org/10.55905/oelv21n8-045

Keywords:

métodos não farmacológicos, manejo da dor, trabalho de parto

Abstract

A dor do trabalho de parto e do parto em si é objeto de estudo de diversas culturas sendo uma discussão existente desde a antiguidade e o seu manejo com analgesia sempre foi considerada como inapropriada com resultados inconsistentes, mesmo em centros especializados. Em contrapartida, o efeito provocado pela estimulação dolorosa, tanto para a mãe quanto para o feto, trouxe uma nova perspetiva para o seu tratamento. Ela é uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada com um dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos desse dano e, assim pode ser influenciada pelo medo, insegurança, pela apreensão e por qualquer tipo de experiência prévia dolorosa e desagradável. O objetivo do presente estudo é identificar na literatura métodos não farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto, elencar os métodos não farmacológicos identificados mais utilizados, realizar estudos em referências bibliográficas baseadas em evidências científicas atualizadas, além de identificar os profissionais prevalentemente presentes nesse processo de estudos e identificar quais os métodos não farmacológicos mais utilizados em cada região do país. É uma revisão bibliográfica descritiva, que atualmente tem sido muito abordada na área da saúde e tem possibilitado evidências que visam o aperfeiçoamento dos cuidados realizados pela Enfermagem e foi realizada através de uma análise de forma sistemática de 70 artigos, contemplando o período do ano de 2017 a 2023, extraídos de bases eletrônicas como Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) de onde foram identificados 16 artigos científicos que contemplavam o perfil para o desenvolvimento desta pesquisa, além de normativas e preconizações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde sobre o programa Rede Cegonha até as suas mais recentes publicações. Resultados: Constatou-se que os estudos foram prevalentemente desenvolvidos por profissionais da Enfermagem (93% do total) dos quais, 48 % possuem bacharelado, 35%  pós graduação Lato Sensu em Obstetrícia ou Saúde Pública e outros 17% pós graduação Strictu Sensu em Saúde Pública, Ciências da Saúde ou Filosofia. As técnicas mais citadas em todas regiões país são: banho (imersão ou aspersão), massagem lombossacral e deambulação, que são métodos de baixo custo, podem ser utilizados isoladamente e que, quando associados tem maior eficácia, em se tratando de redução da dor e tempo de trabalho de parto. Conclusão: as medidas de conforto físico e emocional beneficiam mãe e bebê, pois reduzem o desconforto e a insegurança sentidos pela parturiente, auxiliam no desencadeamento do parto, diminuem sua duração e reduzem a probabilidade de intervenções.

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Published

2023-08-11

How to Cite

Serafim, I. de S., Ramos, D. G. R., Silva, A. B., de Aguiar, N. G., de Faria, I. S., Guimarães, E. R., Barbosa, V. B. de A., & Jorente, F. G. (2023). Métodos não farmacológicos para o manejo da dor no parto natural. OBSERVATÓRIO DE LA ECONOMÍA LATINOAMERICANA, 21(8), 8646–8668. https://doi.org/10.55905/oelv21n8-045

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