Colonialismo e espaço urbano – a herança imperial no corpo das cidades
DOI:
https://doi.org/10.55905/oelv21n11-024Keywords:
colonialismo, imperialismo, vigilância, tecnologia, alteridadeAbstract
O imperialismo não é somente uma forma de dominação e expropriação. É também um conjunto de preceitos e métodos de sujeição psicossocial e, no longo prazo, um processo histórico e eficaz de subjetificação objetal. Neste sentido, as sociedades coloniais, mesmo após a libertação, tendem a manter visões de mundo e concepções de vida impregnadas dos valores inerentes à histórica vassalagem, devidamente reproduzidos nas suas interações sociais. Os aparatos e modos de exploração e domínio, na verdade, permanecem praticamente intactos nas relações entre as colônias e suas antigas metrópoles, bem como mesmo no interior das assimétricas configurações e representações sociais dos antigos impérios. Para tanto, todo um aparato calcado num onipresente discurso securitário permeia a vida das cidades em todos os quadrantes geográficos, com toda a sua inesgotável e invasiva capacidade tecnológica a subjugar e subverter vontades e desejos de uma sociedade ocidental pautada historicamente pela violência intrínseca e por ideias atávicas de superioridade racial e privilégios sociais naturalizados.
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