O dilema ético do comer: a carne e o meio ambiente
DOI:
https://doi.org/10.55905/oelv21n9-180Keywords:
alimentação, antropoceno, meio ambiente, carneAbstract
As escolhas alimentares, como hábitos que acompanham o consumo de alimentos, estão associadas, inicialmente, às necessidades essenciais, e seguidas de decisões individuais. A sociedade, por meio de suas regras, influencia a escolha alimentar dos indivíduos e também o consumo alimentar de forma coletiva. Entretanto, nem sempre essas escolhas são acertadas e as preferências alimentares podem comprometer não somente a saúde individual, mas também trazer consequências coletivas indesejáveis, como a degradação das terras e águas em decorrência da grande produção de carne pela indústria alimentícia. Essas constatações, inevitavelmente, colocam o homem numa posição de reflexão acerca do que vai comer e se a sua escolha influenciará somente a si mesmo, ou trará impactos coletivos, seja para outros humanos ou para o meio ambiente e as coletividades que nele habitam. A conclusão é pautada na defesa de que a adoção de uma nova postura ética, embasada no fim da dicotomia entre humanos e não-humanos e numa ética do cuidado, faz-se necessária.
References
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CAR-NE (ABIEC). Perfil da pecuária no Brasil, relatório anual 2016. São Paulo: ABEIC, 2016.
ABRAMOVAY, R. Alimentos versus população: está ressurgindo o fantasma malthusi-ano? Ciência e Cultura, São Paulo, v.62, n.4, p. 38-43, out. 2010.
BOFF, L. A Busca de um Ethos Planetário. Perspectiva Teológica, n. 40, 2008, p. 165-179.
_____. Ética e Meio Ambiente. 8,48 minutos. 2018. Vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=kzrfKd0FE7c>. Acesso em 10 nov. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia Alimentar para a População Brasileira: Promovendo a Alimentação Saudável. Brasília: MS, 2006.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Cân-cer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Resumo. Alimentos, nutrição, atividade física e prevenção de câncer: uma perspectiva global. Rio de Janeiro: IN-CA, p. 12. 2007.
_____. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: MS, 2014.
BRENNAN, A.; LO, Y.-S. Environmental Ethics. In: ZALTA, E. N. (org.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Stanford,: Metaphysics Research Lab, Stanford University, 2020. Disponível em:< https://plato.stanford.edu/archives/sum2020/entries/ethics-environmental>. Acesso em: 20 nov. 2020.
CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Melhoramentos, 1969 {1962}.
CARVALHO, A. M. et al. Excessive meat consumption in Brazil: diet quality and envi-ronmental impacts. Public Health Nutri. v. 16, n. 10, p1893-1899, 2012.
FANDRIN, J. L.; MONTANARI, Ma. História da alimentação. 9ed. São Paulo: Esta-ção Liberdade, 2003.
FAO, Food And Agriculture Organization of the United Nations. Food Outlook Global Market Analysis: Mett and Meat Produts, n. 2, dez, 2006. Disponível em: http://www.fao.org/3/j8126e/j8126e10.htm. Acesso em: 28 de novembro de 2020.
_____. Food Outlook BIANNUAL REPORT ON GLOBAL FOOD MARKETS. Jul, 2016. Disponível em: http://www.fao.org/3/a-I5703E.pdf. Acesso em: 28 de novembro de 2020.
GUERRA, C. S.; CARDOSO, F. B. S. A influência da cultura do consumo na alimen-tação humana: a (in)sustentabilidade do consumo de proteína anima. 4º Congresso In-ternacional de Direito e Contemporaneidade. Santa Maria-RS, p. 1-15, nov. 2017.
HARAWAY, D. Anthropoceno, capitaloceno, plantationoceno, Chthuluceno: fazendo parentes. ClimaCom Cultura Científica, v.3, n.5, p. 139-146, 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011a.
_____. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: avaliação nutricional da dispo-nibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro:IBGE, 2011b.
_____. Produção Pecuária Municipal. Rio de Janeiro, 2017.
_____. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.
KEIN, K.; THOTTATHIL, S.; CLITON, S. Environmental Nutrition: Redefining Heal-thy Food in the Health Care Sector. Health Care - Without Harm, p. 1-13. 2014.
JOMORI, M. M.; PROENÇA, R. P. C.; CALVO, M. C. M. Determinantes de escolha alimentar. Revista de Nutrição, Campinas, v. 21, n. 1, p. 63-73, jan-fev. 2008.
LATOUR, B. Um coletivo de humanos e não-humanos: no labirinto de Dédalo. In: A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru: Edusc, 2001. p. 201-246.
OLIVEIRA, A. L. A.; CRUZ, F. T.; SCHNEIDER, S. Sustentabilidade e escolhas ali-mentares: por uma bibliografia ambiental dos alimentos. Sustentabilidade em Debate, Campinas, v. 10, n. 1, p. 146-158, abr. 2019.
PÁDUA, J. A. Vivendo no antropoceno: Incertezas, riscos e oportunidades. In:
OLIVEIRA, Luiz A. Museu do Amanhã. Rio de Janeiro : Edições de Janeiro, 2015. Disponível em: <https://museudoamanha.org.br/livro/10-vivendo-no-antropoceno.html>. Acesso em: 14 maio 2020.
PORTILHO, F.; CASTAÑEDA, M.; CASTRO, I. R. R. A alimentação no contexto contemporâneo: consumo, ação política e sustentabilidade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, 1, p.99-106, 2011.
POUBEL, R. O. Hábitos alimentares, nutrição e sustentabilidade: agroflorestas sucessi-onais como estratégia na agricultura familiar. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimen-to Sustentável) - Universidade de Brasileia. Brasilia – DF, p. 142, mar. 2006.
POULAIN, J.-P. Sociologias da alimentação: os comedores e o espaço social alimentar. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2013. p. 288.
SINGER, P. Libertação Animal. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. 488 p.
WORLD CANCER RESEARCH FUND & AMERICAN INSTITUTE FOR CAN-CER RESEARCH. Food, Nutrition, Physical Activity, and the Prevention of Cancer: A Global Perspective [internet]. Washington, DC: AICR; 2007.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.