Educação integral versus ensino fundamental: aumento da boa qualidade de ensino ou “mais do mesmo”?
DOI:
https://doi.org/10.55905/oelv21n8-059Keywords:
educação integral, ensino fundamental, qualidade de ensinoAbstract
Esse trabalho discute a implantação de políticas públicas educacionais que visam aumentar o tempo escolar objetivando o alcance da boa qualidade da educação. Faz uma breve análise histórica do Programa de Educação Integral “Mais Educação” do governo federal que funcionou até o ano de 2016 e suas ações pedagógicas. Como Metodologia, usou da abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico, partindo de artigos, pesquisas e livros publicados sobre a temática estudada a partir do ano de 2012. O aumento do tempo pode proporcionar aos alunos do ensino fundamental uma aprendizagem por meio de novas linguagens, especialmente quando falamos de Educação Integral que, na perspectiva da formação integral, oportuniza aos alunos o contato com a arte, a cultura, o esporte, a literatura, as tecnologias, etc.. Porém, é preciso cautela ao associar o aumento do tempo com a boa qualidade, pois tal consequência não depende apenas do “tempo”, mas também de outros fatores associados a ele, como o investimento financeiro em materiais e espaço físico, bons salários aos docentes, a formação continuada, entre outros. Foi possível concluir que é de fundamental importância considerar a opinião da comunidade escolar (gestores, professores, alunos e pais) além de se considerar aspectos relacionados à realidade no qual tais programas estão sendo implantados. Com relação ao sucesso desses programas, isso depende muito mais da forma democrática com que eles são implantados. Sendo assim, eles devem ser vistos muito mais como política pública e ter menos formato de política partidária, visto que essa última é um dos maiores motivos para a descontinuidade da Educação Integral brasileira nos últimos tempos. Dessa forma, podemos caminhar rumo ao aumento da boa qualidade na Educação do Brasil sem oferecermos “mais do mesmo”.
References
AZEVEDO, N. C. S. Programa “Cidadescola” no 1º ano do Ensino Fundamental em uma escola de Presidente Prudente: entre a ludicidade e a sala de aula. Presidente Prudente, 2012, 214 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Presidente Prudente, 2012.
AZEVEDO, N. C. S.; BETTI, M. Escola de tempo integral e ludicidade: os pontos de vista de alunos do 1º ano do ensino fundamental. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 95, n. 240, p. 255-275, maio/ago. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/39WZQXNBmJzTbdFrbzGYdLG/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 25. Jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica, Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, Coordenação Geral do Ensino Fundamental. Ensino Fundamental de Nove Anos. Orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. 2. ed. Brasília, 2007a. disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf. Acesso em: 29. Jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Normativa Interministerial nº 17 de 24 de abril de 2007. Institui o Programa Mais Educação, que visa fomentar a educação integral de crianças, adolescente e jovens, por meio do apoio a atividades sócio-educativas no contraturno escolar. Barsília, 2007b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/mais_educacao.pdf. Acesso em: 29. Jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica. Coordenação Geral do Ensino Médio. Ensino Médio Inovador. Brasília, 2009, 30 p. disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/documento_orientador.pdf. Acesso em: 29. Jul. 2023.
BRASIL. Brasília, Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e dá outras providencias. Brasília, 2013ª. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2013/lei-12796-4-abril-2013-775628-publicacaooriginal-139375-pl.html. Acesso em: 29. Jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania. Programa Mais Educação. Passo a Passo. Brasília, 2013b. disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/passoapasso_maiseducacao.pdf. Acesso em: 29. Jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa: Entendendo o Pacto. Brasília, DF: MEC, Secretaria de Educação Básica, 2013c. disponível em: https://pacto.mec.gov.br/materiais-listagem/item/download/12_ab2c739d2e8293712078e7b6b0c12abb. Acesso em: 29. Jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Gabinete do ministro. Portaria nº 1.144 de 10 de outubro de 2016. Institui o Programa Novo Mais Educação, que visa melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática no ensino fundamental. Brasilia, 2016. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=49131-port-1144mais-educ-pdf&category_slug=outubro-2016-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 29. Jul. 2023.
CAVALIERE, A. M. V. Escolas de Tempo Integral: uma ideia forte, uma experiência frágil. In: COELHO, L. M. C.; CAVALIERE, A. M. V. (Orgs.). Educação Brasileira e(m) Tempo Integral. Petrópolis, Vozes, 2002, p. 93-111.
CAVALIERE, A. M. Notas sobre o conceito de educação integral. In: COELHO, L. M. (Org.). Educação integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis: Faperj, 2009.
CAVALIERE, A. M. V.; COELHO, L. M. Para onde caminham os CIEPs? Uma análise após 15 anos. Cadernos de Pesquisa, n.119, jul./2003, p. 147 – 174. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/gXYjgCRpK5DJxN7FrxVTkYK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 29. Jul. 2023.
CORDEIRO C. M. F. Anísio Teixeira, uma “visão” do futuro. Estudos Avançados, v.15, n.42, p. 241-258, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/Wz59VXK9ZdgH9GLSDmzTNVn/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 25. Jul. 2023.
CURY, C. R. J. A educação Básica no Brasil. Educação e Sociedade, Campinas, v.23, n.80, set./2002, p. 168-200. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/Hj6wG6H4g8q4LLXBcnxRcxD/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 25. Jul. 2023.
LECRERC, G. F. E.; MOLL, J. Educação Integral em jornada diária ampliada: universalidade e obrigatoriedade? Em Aberto, Brasília, v.25, n.88, jul./dez./2012, p. 17-49. Disponível em: http://rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/3084/2819. Acesso em: 25. Jul. 2023.
MAURÍCIO, L. V. Permanência do horário integral nas escolas públicas do Rio de Janeiro: no campo e na produção escrita. In: COELHO, L. M. C.; CAVALIERE, A. M. V. (Orgs). Educação Brasileira e(m) Tempo Integral. Petrópolis, Vozes, 2002, p. 112 – 132.
MORAES, J. D. Educação integral: uma recuperação do conceito libertário. In: In: COELHO, L. M. C. C. (Org.). Educação integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis: De Petrus, 2009, p. 21 – 40.
NETO, O. F. C.; NEZ, E. Governos Lula, Dilma e Bolsonaro: as políticas públicas educacionais, seus avanços, reveses e perspectivas. Interação, Curitiba, v.21, n.3, p. 121-144, Jul./ Set. 2021. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Odorico-Neto-2/publication/353472643_Governos_Lula_Dilma_e_Bolsonaro_as_politicas_publicas_educacionais_seus_avancos_reveses_e_perspectivas/links/6135fdec2b40ec7d8beae4d0/Governos-Lula-Dilma-e-Bolsonaro-as-politicas-publicas-educacionais-seus-avancos-reveses-e-perspectivas.pdf. Acesso em: 16. Jul. 2023.
PARO, V. H. Educação integral em tempo integral: uma concepção de educação para a modernidade. In: COELHO, L. M. C. C. (Org.). Educação integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis: De Petrus, 2009, p. 13-20.
PRADO, E. C.; PASSOS, E. B.; SOUZA, M. F. M. Novos nomes, velhas práticas: o que há de diferente no Novo Mais Educação? Roteiro, Joaçaba, v.46, p. 1-22, Jan./ Dez. 2021. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/pdf/roteiro/v46/2177-6059-roteiro-46-e26849.pdf. Acesso em: 16. Jul. 2023.
PRODANOV, C. C. FREITAS E. C. F. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
SETUBAL. M. A.; CARVALHO, M. C. B. Alguns parâmetros para a educação integral que se quer no Brasil. Em Aberto, Brasília, v.25, n.88, jul./dez./2012, p. 113 – 123. Disponível em: http://emaberto.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/3089/2824. Acesso em: 29. Jul. 2023.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.