Insulamento burocrático: uma análise com base no gerenciamento do SUS
DOI:
https://doi.org/10.55905/oelv21n8-141Keywords:
SUS, gestão pública, insulamento, sistemas nacionais de saúdeAbstract
Um grande desafio atual do Estado brasileiro é garantir à população o direito à saúde. De um lado, existe uma forte pressão pela redução nos gastos com atividades que não estão diretamente relacionados ao processo de atendimento aos pacientes, lado outro, tem se o entendimento que quanto mais “protocolos” quanto mais burocracia mais efetivo o SUS pode se tornar, no entanto, é preciso compreender os fenômenos gerados pela obrigação, pois seu excesso em verdade dificulta o acesso da população menos favorecida e exigência de grupos específicos. A premissa é básica, um SUS ineficiente faz com que certos grupos lucrem mais, daí urgem vários fenômenos, dentre eles o do isolamento burocrático, onde a tentativa de isolar certos núcleos da burocracia seria meio de tornar o Sistema Único de Saúde mais “eficiente”, no entanto, será que tal fenômeno sob a ótica da gestão pública seria satisfatório para a população? Logo, o presente estudo teve como objetivo analisar a estrutura do aparato estatal a partir da configuração da burocracia presente no SUS e as conexões do órgão com as forças societárias envolvidas com a temática. Foi por uma pesquisa bibliográfica que selecionou materiais, para uma leitura seletiva. O argumento analítico que permeou o estudo é de que o excesso de burocracia pública pode causar ineficiências do Estado na condução das políticas setoriais, por fim, como resultado notou-se que o isolamento burocrático ante ao cenário atual acaba sendo uma ferramenta ultrapassada para efetivação de políticas públicas.
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