O cozinhar na construção de identidade e de uma memória social de famílias
DOI:
https://doi.org/10.55905/oelv21n8-025Keywords:
culinária, memória, famíliaAbstract
Tratar a culinária (capacidade de transformar os alimentos em preparações), como característica identitária e patrimônio cultural de um dado grupo, ou da sociedade de maneira geral, significa considerá-la como conduta cotidiana enraizada. A possibilidade de preservar uma dada cultura alimentar ao longo das gerações é atribuída ao aprendizado geracional, que “atua” fortalecendo elementos da memória, identidade e afeto. Os cadernos de receitas familiares tem papel marcante na construção da identidade do grupo. São instrumentos de transmissão, preservação e afeto de memória construída coletivamente. Podemos nos arriscar à defini-los como materialização da memória social. Neles guarda-se além de um modelo de domínio e conhecimento técnico da culinária, a colaboração e significado de um aprendizado histórico.
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