Potencial da Apitoxina como antimicrobiano e modulador de resistência sobre Cryptococcus neoformans
DOI:
https://doi.org/10.55905/oelv21n8-014Keywords:
Apitoxina, abelhas, antifúngico, CryptococcusAbstract
Cryptococcus neoformans é uma levedura responsável por causar pneumonia e meningite criptocócica, que é fatal se não tratada adequadamente, já que desenvolveram características de virulência que o tornam um patógeno fúngico único e altamente resistente, como uma cápsula, que protege contra a fagocitose. O objetivo foi analisar a atividade da Apitoxina frente à cepa de Cryptococcus neoformans de importância em saúde pública. A apitoxina foi obtida de abelhas pertencentes à espécie tipo Apis mellifera scutella Lepeletier. Para determinação da atividade antifúngica foi utilizado o método de microdiluição em placas com diferentes concentrações da apitoxina. Foi utilizada a técnicas de Checkerboard para modulação da Apitoxina com antifúgicos padrões frente à Cryptococcus. Além disso, foi realizados testes da atividade hemolítica. Na concentração de 8 μg.mL–1, o veneno apresentou atividade fungicida. Nos testes de modulação da Apitoxina com os antifúngicos apresentou efeitos sinérgicos com anfotericina B e no teste realizado para avaliar os efeitos citotóxicos da Apitoxina não demonstrou atividade hemolítica em baixas concentrações, apenas a partir de 1024 μg.mL–1. Os resultados alcançados mostram indícios de que a Apitoxina deve ser estudada de forma mais minuciosa como uma possível alternativa terapêutica no combate às infecções fúngicas causada pela espécie Cryptococcus neoformans.
References
AGUIAR, F. L. L. Atividade antifúngica das crotalicidinas contra leveduras resistentes e caracterização do mecanismo de ação do fragmento Ctn[15-34] com modelos de biomembranas. 2019. 107 f.
ALANIO, A. Dormancy in Cryptococcus neoformans: 60 years of accumulating evidence. American Society for Clinical Investigation, [S. l.], v. 130, n. 7, p. 3353-3360, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1172/JCI136223>.
ANDRADE JR. Dicionário de Apicultura. 2017. Disponível em: <http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/489>.
BANDALIZADEH, Z. et al. Molecular epidemiology and antifungal susceptibility profiles of clinical Cryptococcus neoformans/Cryptococcus gattii species complex. Journal Of Medical Microbiology, v. 69, n. 1, p. 72–81, 2020.
BASTOS, E. M. A. F. et al. Indicadores físico-químicos e atividade antibacteriana de própolis marrom frente à Escherichia coli. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 63, n. 5, p. 1255-1259, 2011.
BHATTACHARYA, S.; SAE-TIA, S.; FRIES, B. C. Candidiasis and mechanisms of antifungal resistance. Antibiotics, Tokyo, v. 9, n. 6, p. 1-19, 2020.
BOTTS, M. R. et al. Isolation and characterization of Cryptococcus neoformans spores reveal a critical role for capsule biosynthesis genes in spore biogenesis. Eukaryotic Cell, v. 8, p. 595–605, 2009. Disponível em: <https://doi.org/10.1128/EC.00352-08>.
CARVALHO, M. S.; OLIVEIRA, D. A.; VALÉRIO, H. M. Estudo da atividade citotóxica de Myracrodrun urundeuva fr. Alemão. BioFar, v. 8, n. 2, p. 97-103, 2012.
CATALDI, V. et al. Candida species isolated from different body sites and their antifungal susceptibility pattern: Cross-analysis of Candida albicans and Candida glabrata biofilms. Medical Mycology, v. 55, n. 6, p. 624–634, 2017.
CHAND, P. et al. Synergism of zinc oxide quantum dots with antifungal drugs: Potential approach for combination therapy against drug resistant Candida albicans. Frontiers In Nanotechnology, v. 3, 2021.
CLSI. Clinical and Laboratory Standards Institute. Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for Bacteria That Grow Aerobically. Approved Standard. 9th ed. CLSI document M07-A9. Wayne, PA: Clinical and Laboratory Standards Institute, 2012.
COLOMBO, A. L.; GUIMARÃES, T. Epidemiologia das infecções hematogênicas por Candida spp. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 36, n. 5, p. 599–607, 2003.
COSTA, F. G. Bases moleculares da resposta de Cryptococcus neoformans a peptídeos antimicrobianos derivados da peçonha de escorpião. 173 f., il. Tese (Doutorado em Biologia Molecular)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
DANTAS, C. G. et al. Apitoxina: coleta, composição química, propriedades biológicas e atividades terapêuticas. Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais, Aquidabã, v. 4, n. 2, p. 127‐150, 2013.
EMIDIO, E. C. P. Estudo da interação entre três diferentes reinos: entendendo a complexidade de co-infecções entre bactérias e o fungo Cryptococcus gattii em modelo murino. 173 f., il. Tese (Doutorado em Microbiologia)—Universidade de Minas Gerais, 2020.
FALCAO, C. B. et al. Vipericidins: a novel family of cathelicidin-related peptides from the venom gland of South American pit vipers. Amino Acids, v. 46, p. 2561–2571, 2014.
FARSHORI, N. N. et al. Synthesis, characterization, and in vitro antimicrobial activities of 5-alkenyl/hydroxyalkenyl-2-phenylamine-1,3,4-oxadiazoles and thiadiazoles. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, Oxford, v. 20, n. 6, p. 1933-1938, 2010.
FISCHER, M. C. et al. Enfrentando a ameaça emergente da resistência antifúngica à saúde humana. Nat. Rev. Microbiol., v. 20, p. 557–571, 2022.
HOLETZ, F. B. et al. Screening of some plants used in the Brazilian folk medicine for the treatment of infectious diseases. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 97, n. 7, p. 1027-1031, 2002.
HOUGHTON, P. J. et al. Uses and abuses of in vitro tests in ethnopharmacology: visualizing an elephant. Journal of Ethnopharmacology, v. 110, p. 391-400, 2007.
JIMENEZ, P. N. et al. The Multiple Signaling Systems Regulating Virulence in Pseudomonas aeruginosa. Journal of Bacteriology, v. 194, n. 15, p. 3871-3879, 2012.
KALEGARI, M. Abordagem fitoquímica, avaliação farmacológica, antimicrobiana e toxicológica de Rourea induta Planch. (Connaraceae). Curitiba, 2014. 207f.
KSIEZOPOLSKA, E.; GABALDÓN, T. Evolutionary emergence of drug resistance in Candida opportunistic pathogens. Genes, v. 9, n. 9, 2018.
KWON-CHUNG, K. J. et al. Cryptococcus neoformans and Cryptococcus gattii, the Etiologic Agents of Cryptococcosis. Cold Spring Harbor Perspectives in Medicine, v. 4, n. 7, p. a019760, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1101/cshperspect.a019760>.
LEE, H.; LEE, D. G. Novel Approach into Efficient Antifungal Drug Action. Journal of Microbiology and Biotechnology, v. 28, n. 12, p. 1897-1905, 2018.
LEITE, G. L. D.; ROCHA, S. L. Apitoxina. Unimontes Científica, Montes Claros, v. 7, n. 1, p. 115-125, 2005.
LIN, X. Cryptococcus Neoformans: Morfogênese, Infecção e Evolução. Infectar Genet. Evolução, v. 9, p. 401–416, 2009.
MATYSIAK, J. et al. Characterization of honeybee venom by MALDI-TOF and nanoESI-QqTOF mass spectrometry. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v.54, n. 2, p. 273-278, 2011.
MAYER, F. L.; KRONSTAD, J. W. Cryptococcus neoformans. Trends in Microbiology, v. 28, n. 2, p. 163–164, 2020.
MOREIRA, D. R. Apiterapia no tratamento de patologias. Revista Fapciência, v. 9, n. 4, p. 21-29, 2012.
PEREIRA, A. S. et al. Metodologia da Pesquisa Científica: UFSM, NTE. 2018.
PURISCO, S. U. Estudo de novos compostos e suas combinações terapêuticas frente aos principais agentes da criptococose. São Paulo: s.n, 2018. 131 p.
RODRIGUES, M. L.; NOSANCHUK, J. D. Fungal diseases as neglected pathogens: A wake-up call to public health officials. PLOS Neglected Tropical Diseases, v. 14, n. 2, p. e0007964, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0007964>.
SARTORATTO, A. et al. Composition and antimicrobial activity of essential oils from aromatic plants used in Brazil. Brazilian Journal of Microbiology, v. 35, p. 275-280, 2004.
SCHNEIDER, E. M.; FUJII, R. A. X.; CORAZZA, M. J. Pesquisas quali-quantitativas: contribuições para a pesquisa em ensino de ciências. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 5, n. 9, p. 569-584, 2017.
SIDDIQUI, Z. N. et al. Synthesis, characterization and antimicrobial evaluation of novel halopyrazole derivatives. Journal of Saudi Chemical Society, v. 17, n. 2, p. 237-243, 2013.
SINGULANI, J. D. L. et al. Antifungal activity, toxicity, and membranolytic action of a mastoparan analog peptide. Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, v. 9, p. 419, 2019.
VAN DAELE, R. et al. Antifungal drugs: What brings the future? Medical Mycology, v. 57, p. S328–S343, 2019.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.